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MÊS AGO 2017 - DIAS 05 - 12 - 19 - 26 (Textos publicados na minha Coluna 'ESCREVER... É ARTE'.)

E AS CARTAS SÃO ASSIM (26/08/2017)

E as cartas são assim, passo a tratar não de um filme, de um livro ou de correspondências atuais, mas sim de questões do início da Era Cristã: da estadia do apóstolo João na Ilha de Patmos, local em que foi exilado. O exílio do apóstolo João se deu por mandado do imperador romano Tito Flávio Deocleciano (81-96), por causa da palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo (Apocalipse, cap. 01, vers. 09).

Neste capítulo primeiro de Apocalipse o apóstolo João cita que foi arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouviu uma voz que lhe disse que era para escrever num livro tudo o que estava vendo, e enviar às igrejas da Ásia: Éfeso, Smirna, Pérgamo, Tiatira, Sardo, Filadéfia, Laodicéia. E, a partir de sua visão (a partir do segundo capítulo de Apocalipse), a cada uma deixou um recado. São sete cartas que, de forma esclarecedora, mostra que "Eu sei as tuas obras...", ou seja, quem as revelou ao apóstolo João sabia perfeitamente do que estava falando, que era conhecedor de tudo, de todos. E finaliza cada carta (onde podemos tirar as conclusões quem falava): "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas".

Na primeira carta, à igreja de Éfeso, diz: 'Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são, e tu os achaste mentirosos' - ou seja, tinha qualidades, mas não fazia com amor. A igreja do amor esquecido. Na segunda carta, à igreja de Smirna, diz: 'Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás' - ou seja, uma igreja mártir pelo nome de Jesus, pobres materialmente falando, mas com riquezas internas. A igreja confiante.

Na terceira carta, à igreja de Pérgamo, diz: 'Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé (...).Mas umas poucas de coisas tenho contra ti: porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel...' - ou seja, a igreja estava estabelecida num lugar difícil e ainda resistia (ponto positivo), mas deixava alguns dentro que 'gostava de causar'. A igreja casada com o mundo.

Na quarta carta, à igreja de Tiatira, diz: 'Eu conheço as tuas obras, e a tua caridade, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras. Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profeta, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria' - tolera a doutrina que leva ao pecado; usam da palavra de Deus para enganar o povo. A igreja tolerante. Na quinta carta, à igreja de Sardo, diz: 'Se vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus' - fala que está vivo, mas está morto, morto em obras (só aparência). A igreja morta.

A carta enviada à igreja de Filadélfia, a sexta carta - há de se ter uma especial atenção, que diz: 'Eu sei as tuas obras: eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar: tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome. Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo' - tinha tudo o que era preciso para estar fiel diante de Deus; é o que precisamos. A igreja do amor perfeito. Na última carta (sétima carta), à igreja de Laodicéia, diz: 'Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca' - a igreja que está atualmente sobre a face da terra, sem santidade, sem caráter (que comercializam o evangelho), pessoas sem compromisso com Deus. A igreja morna.

E assim aprendi esta semana na igreja Assembleia de Deus Fonte Nova sobre as cartas às sete igrejas! Interpretando um pouco mais cada uma destas cartas que o apóstolo João nos deixou. Compartilho com você, caro leitor o que aprendi - pois aprender nunca é demais! Reflexão sempre!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 26/08/2017 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

E ASSIM DIZIA... (19/08/2017)

E assim diz a canção, das várias canções que conhecemos e nos deliciamos com seus conteúdos: "Tá cansado, senta / Se acredita, tenta / Se tá frio, esquenta / Se tá fora, entra / Se pediu, aguenta / Se pediu, aguenta..." - em Do it (Lenine e Ivan Santos).

Como estava cansada naquele dia! O trabalho e a correria do dia a dia a deixava assim, mas nem por isso desanimava. Sentava-se, tomava fôlego para logo depois continuar suas tarefas diárias - que não eram poucas.

Acreditava num mundo melhor, naquele mundo cor-de-rosa de criança, onde impera a inocência, por isso sempre estava a tentar (tentativas e mais tentativas de acertos - às vezes, erros...).

E nas tentativas, tentativas de acertos - às vezes erros, corria-lhe um frio pela coluna e o jeito era aconchegar-se em alguém, pois nada havia melhor que carinhos e afagos do outro (o que nem sempre era possível a partir da vida que escolhera levar).

Estando fora - seja de um assunto, de um lugar, ou até mesmo de casa, o melhor era colocar-se a par dos fatos, dos lugares - estar em casa ainda era o melhor lugar (lar, doce lar!).

Tinha que aguentar...

E continua: "Se sujou, cai fora / Se dá pé, namora / Tá doendo, chora / Tá caindo, escora / Não tá bom, melhora / Não tá bom, melhora..." - e são assim mesmo: cair fora, namorar, chorar, escorar.

A situação não estava nada boa, saía de fininho. Nem sempre namorava um 'galã' - maioria das vezes chorava pelas paixões que, do nada, do de repente acabava (doía muito!). Seu mundo vinha abaixo, desmoronava, desabava - precisava de escora. Em quem? (Não estava bem, mas sabia que era ela mesma que tinha que procurar por melhoras...)

Tinha que melhorar...

E tem mais: "Se aperta, grite / Se tá chato, agite / Se não tem, credita / Se foi falta, apite / Se não é, imite" - gritar, agitar, creditar, apitar, imitar. Vivia a gritar, vivia a agitar, vivia a creditar, vivia a apitar, vivia a imitar - e ninguém a ouvia, ninguém a percebia, ninguém dava-lhe créditos... Errava, parava, consertava-se e ninguém a aplaudia. No espelho, imitava-se, então.

E seguia: "(...) Se escreveu, remeta / Engrossou, se meta / E quer dever, prometa / Pra moldar, derreta / Não se submeta / Não se submeta... (...)" - escrever é a arte de expor pensamentos, e o outro esperava pacientemente (ou não) a resposta. O outro; as pessoas. O ser otimista, transformador. O conselheiro.

Não se submetia a ninguém (às vezes queria...).

Estava cansada naquele dia. Maus resultados (sujou!); abandonar, ou não, a situação (cair fora); possibilidades positivas para o futuro. Que vida vivida vivia... Equilíbrio? Equilíbrio - um jeito de ser; pensamento moderno de ser.

Sim. Vivia - é o que sentia: vivia num mundo estranho, mas o seu mundo - talvez sem objetivos, mas era o seu mundo, o mundo que escolhera para si. Mesmo com todas as reclamações que fazia a si mesma na frente do espelho - vivia!

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 19/08/2017 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

AS COISAS COMO ELAS SÃO (12/08/2017)

Quando somos crianças pensamos em ser tantas coisas, em exercer tantas profissões, que acabamos sendo tudo ao mesmo tempo (e ao mesmo tempo nada!), ou de tempo em tempo mudamos de ideia - desde professor (com a nobre frase "Salve a professorinha!") até outras profissões que pensamos ser os verdadeiros heróis: policial, bombeiro, enfermeiro, médico, dentista, advogado, pilotos, astronautas, etc. Vale ressaltar que os verdadeiros heróis são todos os que lutam pelo bem-estar de todos.

Mas o tempo passa e vamos tendo conhecimento do que é a vida e sua realidade - que sabemos que não é nada fácil, não é mesmo? Os bancos escolares, muitas vezes, nos causam estranhamento - e queremos distância deles, salvo por não gostarmos de estudar, salvo por não gostarmos das matérias ou por não gostarmos dos mestres. Pelo outro lado (quando mais adultos), vamos ter conhecimento do quanto eles nos fazem falta, de quanto os mestres nos queriam o bem! Para alguns, a chance volta, e retornam aos bancos escolares (mas nem todos têm a chance).

E, pensando em tudo isso, descobrimos que algumas situações na vida podem mudar, que possuem ciclos, e que alguns ciclos não voltam (outros sim). Eu, quando criança imaginava ser professor, policial, médico... Estudei e sou professor - com orgulho da profissão que exerço (não do que os nossos governantes fazem pelo processo ensino-aprendizagem). Ser professor é trabalhar, é formar o intelecto de outro ser - é participar ativamente da formação do outro. E, além de professor, gostaria de trabalhar no campo das letras: escrever, escrever e escrever - e também consegui.

E hoje posso dizer que, não foi fácil, consegui realizar estes dois sonhos: há mais de vinte e cinco anos no Magistério, e dez anos depois de ter concluído os estudos superiores publiquei o meu primeiro livro, e outros livros vieram depois. Mas, como todo ser humano, os sonhos crescem - e imaginei trabalhar em um jornal: fui atrás e consegui realizar esse sonho: fui repórter no extinto jornal Diário de Birigui (residi em Birigui pelo espaço de quase três anos) - e depois fui para o extinto jornal Diário Pérola (exercendo as funções de repórter até chefe de redação). Mas o sonho não parava de crescer: já em Araçatuba sonhava ser colunista deste conceituado Jornal: 'O Liberal Regional' - e foi uma grata surpresa quando recebi um sim para a coluna.

Mas, os sonhos não param (e ainda bem!). Senti a vontade de trabalhar em emissora de rádio (e de tevê não fica longe!). Fui atrás... E o sonho está para se realizar: nesta próxima terça estreio na programação de uma das rádios comunitárias de Araçatuba: mais um passo! E assim vou realizando os sonhos - as coisas como elas devem ser: sonhar não faz mal a ninguém, mas temos que fazer a nossa parte. Temos que sonhar alto e batalhar por isso. As Sagradas Letras traz que devemos esforçar, devemos ter bom ânimo, e só assim seremos ajudados.

As coisas nem sempre são como sonhamos que elas são - são como elas devem ser, mas temos o livre arbítrio dado pelo Ser Maior de fazermos escolhas. De sermos livres para escolher é o melhor, mas alguns não conseguem enxergar que o mal sempre está às portas, mas devemos escolher o bom caminho. Somente o bom caminho levará ao Ser Maior; somente o bom caminho levará o ser humano a um lugar divino, sublime; além de o bom caminho conduzir o ser humano a boas companhias, a bons lugares; à virtude - que, por consequência, por gerar a fé. E, se nós tivermos fé, podemos alcançar os melhores lugares. Pense isso! 

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 12/08/2017 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

A INFLUÊNCIA BÍBLICA NA LITERATURA (05/08/2017)

A Bíblia - as Sagradas Escrituras para os cristãos - é constituída de belíssimas histórias e estas geram outras; inspirados nestas histórias, muitos autores construíram suas histórias usando as histórias bíblicas como pano de fundo. E, por sinal, muitas perduram no tempo - para o bom apreciador da arte literária. Tal influência - direta ou indiretamente - leva o homem ao estudo, à pesquisa, gerando inúmeras interpretações, e nem sempre estas estão de acordo com os princípios cristãos - por isso se faz necessário boa observação, desde a linha inicial até o ponto final de cada estudo (tudo me é lícito, mas nem tudo me convém).

Tanto na Literatura Universal, como na Literatura Lusófona (produções textuais escritas em língua portuguesa), há belíssimas histórias, outras contraditórias, que trazem conceitos do cristianismo (e/ou distorcidos) a partir de citações bíblicas. E não é de se espantar, pois, para o que crê, o bem e o mal se fazem presentes desde a fundação do mundo. Citando alguns: Luís Vaz de Camões (poema: 'Sete anos de pastor Jacob servia'), José Saramago (O Evangelho Segundo Jesus Cristo), Machado de Assis (Esaú e Jacó), Dalton Trevisan (conto Lamentações de Curitiba, inserido no livro Em busca de Curitiba perdida - atualíssimo), entre outros.

Muitos estudiosos apontam a Bíblia como ponto de partida de muitas histórias clássicas. Marilynne Robinson (que é presbiteriana), autora do romance Gilead - ganhador do Pulitzer em 2006 (Pulitzer é um prêmio norte-americano outorgado a pessoas que realizam trabalhos excelentes nas áreas de jornalismo, composição musical e literatura), diz: "A Bíblia é o modelo e o objeto de maior arte e pensamento para aqueles dentre nós que vivem sob sua influência, consciente ou inconscientemente". Cita, ainda, em seus estudos que a Bíblia é precursora de uma ampla gama de grandes obras da literatura moderna, desde 'Paraíso Perdido', de John Milton (que é um poema épico do século XVII, que narra as penas dos anjos decaídos após a rebelião no Paraíso) até 'O som e a Fúria', de William Faulkner (obra com fortes inspirações gregas e bíblicas).

Luís Vaz de Camões, o grande mestre da Literatura Portuguesa (obra: Os Lusíadas - poema épico que conta a história do reino de Portugal), em seu soneto (poema com quatro estrofes, sendo dois quartetos e dois tercetos) "Sete anos de pastor Jacob servia" temos a referência bíblica de Gênesis, capítulo 29, onde Jacó encontra-se com Raquel, filha de Labão. Jacó deseja-a por esposa, e propõe serviços a Labão por sete anos, mas ao final dá-lhe como esposa a Léia, filha mais velha (primogênita). Mas o amor de Jacó por Raquel era tão grande que concordou em servir a Labão por mais sete anos.

Então, a obra Lamentações de Curitiba, de Dalton Trevisan - (o autor é conhecido como o Vampiro de Curitiba e recebeu o Prêmio Camões de 2012 - prêmio instituído pelos governos do Brasil e de Portugal e é atribuído a autores que tenham contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa - conjunto da obra) - "(...) estabelece um diálogo contínuo com vários livros da Bíblia, em especial com Lamentações, que foi atribuído ao profeta Jeremias e Apocalipse, as revelações que o apóstolo João recebeu. Trevisan constrói o seu conto a partir de referências a versículos, histórias e símbolos da Bíblia", afirma Bárbara Nayara de Souza - o que conhecemos como intertextualidade.

Assim, a influência bíblica na literatura é grande - como os citados acima (o espaço aqui é pequeno para exposições), mas vale dedicar horas a este tipo de estudo, a esse processo de intertextualidade, pois chegamos a conclusão que os grandes mestres da literatura se apoiaram na Bíblia (sinal que a liam); logo, podemos afirmar que é uma grande referência àquele que nela crer.

Prof. Pedro César Alves - Publicado em 05/08/2017 - em O LIBERAL REGIONAL, Caderno ETC, p. 02.  

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